terça-feira, 26 de novembro de 2013

Domingo aquático

No domingo foi um treino diferente.
Tinha conversado há meses com um colega , a ideia de fazer uns percursos de caiaque  nos rios que existem aqui nas redondezas.

Fomos adiando até que surgiu a oportunidades neste domingo, e assim fomos três manos, eu , ele que tem a alcunha de karateca e o meu amigo maratonista e ultratrailer P A

O percurso estava definido. Partida  no rio Cértima dum parque de merendas chamado parque do rego, na localidade de Perrães . 2 ou 3 kms no rio Cértima entrada na pateira de Fermentelos que é uma bacia hidrográfica com mais de 3 kms de comprimento, depois ainda um pouco no mesmo rio que desagua no rio Águeda. depois de alguns kms nesse rio , ele próprio desagua no rio Vouga e algum tempo depois finalizámos a viagem numa localidade chamada S.J. de Loure.

Foi uma bela aventura, mas para mim começou um pouco mal. Ainda não tínhamos descido um km e já tinha virado o barco.... uma água deliciosamente gelada, para depois andar todo o dia ensopado ...
foi ao tentar afastar um dos muitos obstáculos com o remo, pois eu quase sempre fui à frente a abrir caminho. ( RIP à minha camera fotográfica que se afogou, e não mais trabalhou)
Além dos ramos e árvores normais em rios estreitos , o pior problema foi ultrapassar as massas enormes de jacintos que obstruem os rios a jusante da pateira.
Uma planta aquática oriunda da América do sul , que se multiplica a olhos vistos.

Quase 13 kms em 4h15m... só para passar as barreiras de jacintos foi uma eternidade... teimosos que nem camelos ( se é por água , não se pode sair)

As fotos que se seguem são do Karateca que é aficionado desse hobbie.

foi logo aqui que virei o caiaque







obstáculo de paus e ramos

paragem para a foto com as gaivotas ao fundo

aqui até meteu cordas


quando o rio estreita dá mais luta

aqui na pateira remava-se rápido...

hora da bucha

abrindo caminho

um silencio espectacular
chegados ao fim, corpos frios mas muito animados 


até mais

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Histórias

Esta semana fiquei por casa , para queimar uns dias de férias que andavam por lá a boiar.
No domingo passado andei toda a  tarde a fazer geocaching com os miúdos .
Uma das caches era numa árvore... ainda tentei que eles a trepassem como eu fazia quando era pequeno , mas no final tive de ser eu a ir lá... mas foi divertido , para os meninos é uma aventura, apenas dizem que na próxima iremos de carro e não de bicicleta como desta vez. Ainda andámos uns 15 kms .

Como isso não foi suficiente para mim, cheguei a casa e fui correr com o frontal pelos pinhais...
Parece um bocado estranho , mas eu adoro correr pelos caminhos no mato já de noite fechada.
Tudo parece diferente, os sons os caminhos, até a nossa velocidade parece diferente. Isto talvez porque ainda não dei de caras com nenhum javali. (de dia já)

Acho que já contei aqui , daquela vez que ia de noite cerrada, numa estrada entre duas aldeias ladeada por grandes silveirais e pinhais e começo a ouvir uma raposa a regougar, talvez a chamar pelas crias... uma mistura de pessoas a gritar com bebés a chorar ...é um som do outro mundo, até os cabelos (os poucos que tenho ) se me arriçaram. Não me assustei (a sério) , pois essa raposa era minha conhecida, já a tinha visto várias vezes por ali, mas é uma descarga de adrenalina  brutal...

Falei que era , porque ela morreu fez no sábado 8 dias (tenho quase a certeza que era ela) atropelada por um carro . Que tristeza , passei lá minutos depois do estoiro, e era uma raposa linda , mesmo linda...
Fiquei mesmo triste, ainda há menos de um mês vinha do trabalho à uma da matina e ela atravessou à minha frente na estrada....

Bom, esta semana já fiz 5 treinos (todos os dias) 3 de noite e 2 de dia
Corri 60 kms em 5h02m no total



que tal? Som mágico não???

beijos e abraços

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Números

Mais um ano se completou.
Não foi um ano dos melhores em termos desportivos.
Coloquei um pouco de parte  as provas de orientação e mesmo das outras , não fiz muitas...
Para isso contribuiu também as duas lesões que tive na perna esquerda que me atormentaram durante muitas semanas, a ultima das quais ainda não está 100% curada.
De qualquer modo, quando se gosta, há sempre uma alternativa , e quando não conseguia correr, andava de bike ou remava...

Agora um pouco de estatística destes 365 dias , para quem gosta dessas coisas:

Corrida: 2440 kms em 200 h. 40 m.
bike :     1753 kms em    81 h. 24 m.
spinning :                        78 h. 10 m.
remo:                                 6 h. 50 m.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

No domingo

No domingo fui até à Nazaré.
Um belo dia  , ar puro , cheiro a mar e uma corrida que soube muito bem.
O tempo da prova? Foi o possível, como sempre ... mas o que importa é gostar de correr...

Distância Tempo  Divisão de tempo  RC Médio Alteração da Elev.
1,00          0:04:51    4:51    140   -8
2,00          0:09:17    4:25    155   +7
3,00          0:13:54    4:37    166   +26
4,00          0:18:14    4:20    160   -25
5,00          0:22:38    4:24    164   -6
6,00          0:27:05    4:26    163   +6
7,00          0:31:33    4:28    165   +4
8,00          0:36:08    4:35    166   -3
9,00          0:40:37    4:28    165   -4
10,00        0:45:04    4:26    168   -1
11,00        0:49:37    4:33    169   +8
12,00        0:54:16    4:39    170   +15
13,00        0:58:47    4:30    171   +2
14,00        1:03:04    4:17    170   -17
15,00        1:07:22    4:17    172   -7
16,00        1:11:58    4:36    168   +2
17,00        1:16:25    4:26    168   +7
18,00        1:21:13    4:48    168   -1
19,00        1:25:40    4:26    167   -3
20,00        1:30:10    4:29    169   -7
21,00        1:34:20    4:09    173   +7
21,31        1:35:34    1:13    175   -1

O tempo oficial foi de 1:35:52
com dois maratonistas consagrados

Ontem fiz 40 min. de spinning para recuperar e hoje estava super bem...

Já deu para correr 10 kms na boa... com o frontal

domingo, 3 de novembro de 2013

Quinta do Rifas

Achei esta referencia na net...
É uma história triste num local que eu conheço bem, pois já passei junto a esta ruina centenas de vezes nos meus treinos pelo meio das vinhas.

     "A Quinta do Rifas era uma herdade privada, cravejada em toda a sua envolvência por vinhas e recantos glamorosos, dignos da casa de férias da família mais abastada de Anadia, os Borges. Manuel Borges, distinto empresário vitivinícola, encabeçava a família, a par de sua esposa Ercília Borges e da filha Eugénia, de 22 anos. A Quinta do Rifas servia não só como o centro dos negócios da família, como também de casa de férias, visto a família Borges residir permanentemente no Porto.

O mês de Agosto era, como em todos os anos, a altura em que a família se concentrava na Quinta para gerirem a preparação da vindima bem como para desfrutarem da luxuriante envolvente da Quinta, cheia de zonas de lazer dignas de passeatas de fim de tarde, lagos e parques. O seu átrio era frequentemente utilizado para banquetes e festas noturnas, onde os convidados, maioritariamente membros da nobreza Anadiense, eram presença assídua, deleitando-se com as iguarias servidas e com a qualidade dos eventos. A luxúria e extravagância daqueles encontros eram motivo de primeiras páginas dos jornais regionais. Todo o distrito tinha conhecimento dos festins na Quinta do Rifas, porém, poucos eram os que tinham acesso.

Tudo parecia correr da melhor forma à família Borges até uma triste noite, que parecia ser uma noite como tantas outras, de festa e negócios, mas que viria a mudar o rumo desta família e de todo o império por ela criado.

Nessa noite a família Borges foi convidada para uma receção de homenagem por parte do presidente da Câmara Municipal de Águeda, fruto de recentes e bem sucedidas parcerias em negócio nesse concelho vizinho, de onde aliás eram naturais os familiares de Manuel. Tal distinção encheu Manuel Borges de orgulho e sua esposa e filha também estavam presentes.

A receção de homenagem teve lugar na Quinta da Agueira, para os lados de Valongo do Vouga e aí estavam presentes as mais importantes pessoas do distrito de Aveiro e podemos dizer também, da região centro. Toda a noite correu em forma apoteótica para os Borges, sendo agraciados com diversas distinções fruto não só do seu papel empreendedor na economia local, mas também do grande cariz filantrópico que sempre caracterizou Manuel.

Com a noite já perto do final, Manuel Borges decidiu que ainda gostaria de tratar de alguns assuntos de carácter politico, área onde diga-se que também se movimentava, e aconselhou a sua esposa e filha a irem para casa um pouco mais cedo que ele, prevendo não se demorar muito.

Assim foi feito. Providenciou que o motorista as levasse à Quinta do Rifas e logo de seguida voltaria ali para mais tarde o levar. Mas tal nunca iria acontecer e nem precisou de esperar, pois breves minutos após a partida, um enorme estrondo fazia anunciar que uma tragédia havia acontecido.
Logo após a saída, o carro dos Borges não parou na passagem de nível sem guarda, a 500 metros do local de onde saíu e foi violentamente abalroado pelo comboio da linha do Vouga, que se dirigia para Albergaria-a-Velha. Ercília e Eugénia tiveram morte imediata e Manuel Borges caiu em profundo desespero, nunca recuperando do desgosto dessa noite.
A partir desse dia todo o império dos Borges começou a desmoronar-se. Manuel entregou-se ao álcool e ao jogo, perdendo em poucos meses toda a sua fortuna. Não tardou a não ter possibilidade de sustentar as diversas propriedades que possuía e a Quinta do Rifas foi a única residência com a qual ficou e onde viveu até ao resto dos seus dias.

Diz-se que por lá ficou para estar mais perto da família que perdeu, mas na verdade sabe-se apenas que aí passou os seus últimos anos da sua vida, vivendo numa pobreza extrema e em completa insanidade mental. Manuel Borges faleceu e hoje a Quinta do Rifas encontra-se em ruínas."